Entrevista do Presidente Edmilson Norberto Zortéa veiculada junto ao Jornal Tribuna da Serra.

Primeiramente, cumpre destacar, que vivemos um momento único e absolutamente excepcional na história recente da humanidade. Nos deparamos com uma demanda que, muito embora esteja centrada na área da saúde, impacta todos os segmentos da sociedade, causando inúmeros transtornos, desconfortos e prejuízos, devido à descontinuidade das relações pessoais e no processo econômico social.

Neste contexto, decidir sobre o que melhor atende as necessidades da sociedade, representa, pasmem, retornar à base da pirâmide das necessidades humanas e, com muita cautela e comprometimento com o próximo, garantir aquelas que são as básicas e essenciais à sobrevivência.

Assim, cumpre a todos os setores do Estado e às organizações civis primarem pelo primeiro direito fundamental do ser humano, que é o direito à vida. Isso parece simples, entretanto, carece de muita coragem, serenidade e justíça na tomada de decisões e nas medidas a serem implementadas no combate a essa fatídica Pandemia (COVID-19).

A CIC – Câmara de Indústria, Comércio, Agronegócios e Serviços de Guaporé, centrada nesse pilar, foi absolutamente favorável à adoção por parte do Gestor Público Municipal da quarentena em nosso Município, por entender que, naquele momento e considerados os aspectos técnicos apresentados pela área da saúde pública, aquela medida, muito embora impactante e dolorosa, se fazia absolutamente necessária.

Passado esse momento inicial de 17 dias (20/03 até 05/04/2020), entendemos que necessário seria que se fizesse uma análise, também, do impacto econômico que essa quarentena trouxe ao setor produtivo e ao comércio locais, bem como a sua continuidade. Por isso, entendemos que, naquele segundo momento (a partir de 06/04), respeitadas todas as recomendações indicadas pela área da saúde pública, a atividade econômica de nosso Município deveria retornar sim ao seu funcionamento de forma gradual e seletiva.

A CIC Guaporé, Entidade que representa grande parte do empresariado local e regional, tem claro o risco de, ao congelarmos totalmente as atividades econômicas, causar um caos no fluxo financeiro das pessoas e dos gestores públicos, uma vez que é o ciclo econômico, em sua plena atividade, que gera e garante os postos de trabalho dos cidadãos, bem como os recursos (através do recolhimento dos impostos e contribuições) que garantem a estrutura de saúde pública à sociedade.

Cada dia sem atividade econômica, hoje, causa um impacto negativo no orçamento das pessoas e, também, da União, dos Estados e dos Municípios (inclusive Guaporé), no amanhã, fato que causa a impossibilidade de atendimento das necessidades básicas das famílias e, por parte do Gestor Público Municipal, a garantia da assistência mínima necessária à sociedade (educação e saúde principalmente).

Por isso, reiteramos nosso apoio às medidas adotadas em nosso Município, garantindo o retorno gradativo e controlado das atividades econômicas, respeitadas e cumpridas todas as orientações preventivas e, também, garantido o isolamento daquelas pessoas que integram o chamado “grupo de risco”, pois sem essa iniciativa, logo ali adiante, num futuro muito próximo, teremos um agravamento do problema, devido à uma nova crise social, com desfecho imprevisível.

Manifestamos nossa solidariedade a todos os Empresários Guaporenses, ao Poder Público Municipal, às famílias Guaporenses e reafirmamos nossa absoluta crença e o desejo de que, juntos e fortalecidos por um sentimento único e desprendido, passaremos por essa provação humana, levando conosco um grande legado de solidariedade.

(Edmilson Norberto Zortea, em entrevista ao Jornal Tribuna da Serra, na edição de 23/04/2020)